sexta-feira, 28 de julho de 2017

É?


Boletim Poesia é da hora com Romeyka Pereira 30/07


Sarau Poesia é da hora dia 29/07 às 17h em Paraty - RJ




Sobre o sarau de julho em Paraty:
Cronograma do sarau do dia 29/07 (sábado).
16h30 – Concentração dos poetas, músicos, ativistas (livre acesso, quem tiver por lá e quiser colar só chegar) na Rua José do Patrocínio, 235 (centro).
16h40 – Início do cortejo poético com saída da Rua José do Patrocínio, 235 até Rua do Comércio, 46 (Estande da Editora Futurama). Se a repressão não embaçar, claro! Serão aproximadamente quinze minutos a pé fazendo cortejo poético, poesias, panfletagens, música até chegar no estande da editora.
17h - Inicia-se o sarau no estande da editora com microfone aberto.
18h - Recital poético dos autores da antologia da editora Futurama.
19h - Poesias curtinhas para encerrar (só frases ou versos curtos)
19h10 – Apresentação do representante de cada coletivo
19h30 – Encerramento.












quinta-feira, 13 de julho de 2017

De cada dentro... dez fora - Marah Mends


De cada dentro... dez fora.

Mourato Coelho foi um bandeirante paulista da época colonial. Intolerante como qualquer bandeirante, prestava-se a escravizar e assassinar o povo indígena, o povo negro e o povo pobre. Fazia uns escambos, ganhava uns cobres e deixava a Casa Grande satisfeita com meus golpes.
Os bandeirantes em sua maioria eram desprovidos de riqueza. Financeiramente viviam de incertezas pois só faturavam se a missão era “bem-feita”. No ringue era pobre contra pobre e quem apertava o sino eram os nobres, que ficavam de camarote divertindo-se com a rinha entre pobres.
 A farda bandeirante não era cinza. Talvez nem cor tinha. Era só um colete surrado de couro de anta. Aquilo era a manta que o protegia das flechas da resistência indígena. Flechas contra o disparo do cano longo. Quem levou a melhor? Flechas ou disparo do cano longo? Quem levou a melhor? Um pobre com um pedaço de pau pedindo comida ou um fardado com um trezoitão engatilhado e o sistema todo do seu lado? Quem levou a melhor?
Tem instituição que protege e apadrinha quem oprime o povo indígena, o povo negro e o povo pobre! Tem instituição que esmaga quem se rebela contra esse lixo cultural que nos consome feito traça. 
No dia doze de julho de dois mil e dezessete, Ricardo Oliveira Santos, preto, pobre e morador de rua há mais de dez anos, foi assassinado com três tiros por um policial militar. Ricardo queria um pedaço de pizza. Ricardo estava fortemente armado com um pedaço de pau. Um pedaço de pau... um... pedaço... de pau. Ele só queria um pedaço de pizza... um pedaço de pizza... sabe aquela pizza que você compra não aguenta comer e deixar na mesa pra ser jogada no lixo pelo garçom? Ricardo queria aquele pedaço de pizza...
Ricardo Oliveira Santos foi covardemente executado na Rua Mourato Coelho. A Rua com o nome de um opressor.
De quem é o reflexo que aparece no espelho?

Texto de Marah Mends
 


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