quarta-feira, 20 de junho de 2018

Bate papo literário na escola Strautmann - Marah Mends


Você tem alguma escola que guarda no coração? Eu tenho uma: É a escola Strautmann, no Barreto. Escola onde conheci minhas amigas, onde aprendi a me defender e me desenvolvi sem saber se de fato era desenvolvimento, mas era. Tenho mais boas histórias do que más histórias pra contar sobre lá, apesar de todo descaso do Estado e toda a migalha que nos foi oferecida na educação daquela época, a gente sobreviveu. Tamo aqui, né?

Me disseram que a 8D é a sala mais terrível do período, a sala onde se é preferível não estar.  E o bate papo proposto é justamente lá, na 8ªD. Fiquei pensando: incrível como situações adversas adoram cruzar o meu caminho. Isso pode ser um sinal... e pode não ser nada! 

Numa roda de conversa entre os alunos da 8ªD, professoras e professores, convidadas, a gente consegue olhar com mais calma para as pessoas ao redor e compartilhar falas que em dias comuns de aula, seria quase impossível compartilhar. Alguns alunos me disseram que a escola é chata, que na escola não tem novidade, que dá sono estar ali... fiquei ouvindo, em silêncio, gosto de ouvir. Até que ponto é interessante para o Sistema que os alunos não achem atrativo estudar? Quer saber de uma coisa? Na época que eu estudava, sentia isso também que eles sentem hoje. Essa chatice, essa mesmice, ter que seguir a cartilha, pensamentos conservadores demais, dinossauros com opinião formada sobre tudo, não enxergar que cada pessoa é uma situação e tem uma realidade diferente da outra, isso era um saco! Mas quando tinha alguma atividade diferente, uma semana cultural, uma festa, um campeonato esportivo... o brilho no olho voltava e estudar parecia ser maravilhoso. 

Eu não estou no dia dia das redes públicas de ensino, mas conversando com algumas professoras e professores posso imaginar os perrengues que eles passam diariamente e como são corajosos em encarar situações adversas. E também das alegrias que sentem quando veem um aluno evoluir, se interessar por um livro, uma história, um contexto social, participar de rodas de conversas. Uma aluna daí me procurou e disse que gostava de escrever, que quer um dia lançar um livro, fiquei feliz em ouvir isso. Pra mim já ficou essa ligação, essa missão de fortalecer no que for necessário. 
Professoras Araceli, Fernanda, prof. Renato admiro muito o trabalho que vocês fazem com essa molecada do Strautmann. Que bom que eles têm vocês, que bom ter referências!
Adoro estar aí com vocês...esses encontros na escola Strautmann sempre me acrescentam algo. Gratidão por tudo, em breve, estarei de volta...






















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