quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

O sopro do tempo

 

O sopro do tempo


Há sentido 

nas coisas não ditas

pouco sabemos sobre 

o peso do tormento 

que cada pessoa carrega

na infinitude das coisas não ditas


Há perigos em contar

tudo de todos

e não ouvir nada

de ninguém.


A vida já apresentou 

as respostas indigestas

mas a gente só abraçou 

as borboletas no estômago.


Marah Mends 


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Sarau Nois é Ponte



Primeiro sarauzão do ano foi no Nois é Pezão!

Ali Diniz, diretamente de Santa Catarina foi nossa mestra de cerimônia para um palco repleto de poesias e poetas de todos os cantos desse Brasil tão rico em arte! 

Que bom rever a Eliana de Castela, essa mestra que tive a honra de ter meu próximo romance, Dias Noturnos, prefaciado por ela. Mané Café e suas canções tão ricas em palavras e vivências e toda turma que partilhou suas letras. 

Sarau é emprestar os ouvidos, a atenção, a sensibilidade. Foi massa estar com vocês nessa noite de segunda-feira!

Nois é ponte, atravessa qualquer rio👊🏼

domingo, 12 de janeiro de 2025

Inconcluso, Mara Mends

 

Inconcluso.


Quando percebeu

não estava mais lá 

passou, mas já tinha ido 

cruzou a calçada 

mas já estava do outro lado

onde a não-observância

não topa com a coincidência.


Respirou fundo e foi-se

feito foice que rasga vento

nem deu tempo 

de ver o olhar

dentro de outro olhar.


O fluxo de consciência 

é tão malandro!

Sempre nos assopra

onde a saudade insiste.


Marah Mends

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Futuro Ancestral, Ailton Krenak.






 Primeira leiturinha do anooooo!

Futuro Ancestral, Ailton Krenak.

Dizer que os livros de Krenak são necessários por esse cuidado que ele tem em alertar através da escrita que o ser humano e a natureza são uma só conexão… é como chover no molhado. E quando essa conexão é quebrada e desrespeitada constantemente por décadas, não há esperança que resista!

Ler Krenak dá aquele quentinho no coração, estala mil ideias revolucionárias que levantam questionamentos sobre vida, civilização e sobrevivência.

Em Futuro Ancestral Krenak cita José María Arguedas, escritor peruano, Marilena Chaui, padre Júlio Lancelotti, Chimamanda Ngozi, Greta Tunberg, Zapata, Chico Mendes, José Mujica, povos indígenas de todas as partes dos continentes, entre tantos que ousam questionar as regras injustas desse mundo.

É bonito a forma como ele descreve sobre a dança das águas dos rios que como corpos vivos serpenteiam em sua imensidão de continente a continente e como a “civilização”  é estimulada cotidianamente a fazer uma separação errônea de que humano é humano e natureza é natureza, como se um não fosse a extensão do outro. Dessa forma, enterramos diariamente esses corpos vivos flexionais resistentes ao tempo. O rio Tietê que o diga…

“Sempre estivemos perto da água, mas parece que aprendemos muito pouco com a fala dos rios”, p. 13.

“Será que vamos matar todos os rios?” p. 25.

“Vamos escutar a voz dos rios, pois eles falam”, p. 27.

“As sinuosidades do corpo dos rios é insuportável para a mente reta, concreta e ereta de quem planeja o urbano”, p. 66.

Há tanto o que admirar e aprender nessa obra que passeia pela saudações aos rios, cartografias, pandemia, alianças afetivas e como colocar o coração no ritmo da terra.

Vale o rolê! 📚

Marah Mends

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