Primeira leiturinha do anooooo!
Futuro Ancestral, Ailton Krenak.
Dizer que os livros de Krenak são necessários por esse cuidado que ele tem em alertar através da escrita que o ser humano e a natureza são uma só conexão… é como chover no molhado. E quando essa conexão é quebrada e desrespeitada constantemente por décadas, não há esperança que resista!
Ler Krenak dá aquele quentinho no coração, estala mil ideias revolucionárias que levantam questionamentos sobre vida, civilização e sobrevivência.
Em Futuro Ancestral Krenak cita José María Arguedas, escritor peruano, Marilena Chaui, padre Júlio Lancelotti, Chimamanda Ngozi, Greta Tunberg, Zapata, Chico Mendes, José Mujica, povos indígenas de todas as partes dos continentes, entre tantos que ousam questionar as regras injustas desse mundo.
É bonito a forma como ele descreve sobre a dança das águas dos rios que como corpos vivos serpenteiam em sua imensidão de continente a continente e como a “civilização” é estimulada cotidianamente a fazer uma separação errônea de que humano é humano e natureza é natureza, como se um não fosse a extensão do outro. Dessa forma, enterramos diariamente esses corpos vivos flexionais resistentes ao tempo. O rio Tietê que o diga…
“Sempre estivemos perto da água, mas parece que aprendemos muito pouco com a fala dos rios”, p. 13.
“Será que vamos matar todos os rios?” p. 25.
“Vamos escutar a voz dos rios, pois eles falam”, p. 27.
“As sinuosidades do corpo dos rios é insuportável para a mente reta, concreta e ereta de quem planeja o urbano”, p. 66.
Há tanto o que admirar e aprender nessa obra que passeia pela saudações aos rios, cartografias, pandemia, alianças afetivas e como colocar o coração no ritmo da terra.
Vale o rolê! 📚
Marah Mends