segunda-feira, 24 de junho de 2019

Transmissão de repertórios


Transmissão de repertórios

O termômetro marca seis graus. É um frio de arrepiar a carcaça parça, pobre de quem dorme na calçada, ainda é madrugada. Duas ou três horas da matina, talvez. A geada chegou e a neblina descarregou gotas no vidro liso. Gotas apostam corrida entre elas até a base da janela. É bonito vê-las escorregarem às vezes retas às vezes pela paralela. As gotas não petrificaram com o frio que faz lá fora.
Na zona de conforto da janela pra cá é a zona de confronto quem observa o tempo, o pobre, a geada, a neblina, as gotas e a corrida. A bendita fumaça fria que da sua boca sai aflita, flutua sob a superfície plana do papel com um texto inacabado, riscado, largado, borrado de vinho tinto. A porta invertida está ali em formato horizontal indefinido. Alguém sabe como é formada as sombras nos objetos? Há correlação na horizontalidade e nas sombras?
Podia ser só insônia, mas era mais uma mente irrequieta, ligadaça na madruga, subdividida entre refletir para além do ambiente de conforto ou observar o corpo ao lado, saciado a dormir de boca aberta.
Ademais, através de um incentivo indireto involuntário, descentralizou a operacionalidade da reflexão quando o corpo ao lado, agora de boca fechada, entrelaçou-se ao seu. O vidro embaçou nessa transmissão de repertórios. 

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Do tamanho de um punho fechado - Marah Mends


Proferiram sobre a erraticidade em deixar o coração em modo de ingovernabilidade alheia. Má vá...
O coração não é só um músculo que bombeia o sangue para o corpo todo? Então por que raios essa atribuição com trocentos encargos taxados de sentimentos rasos? Se o sentir não sai nem vai para o coração, para onde vai e de onde sai então? Ingovernabilidade!
Corpo: consistência. O todo de um corpo com sentimento: consentimento. Corpos ocos ou inteiros interlaçados feito rede: rede que dorme, rede que pesca, rede em que navega. O botão “função” é a gente que aperta ou desde a gênese há indução nessa rede de “conexão por afinidade”? Será que a (in)tangibilidade interconecta-se mais com a teoria ou com a ação? E o que isso importa? O que tem a ver com o coração?
Os processos formativos não tomam cerveja! Como relaxar em frente aos processos que não enxergam ouro em suco de cevada? Enfrente! Os processos foram criados para raciocinar a citação longa justificada com o recuo esquerdo de quatro centímetros. Deixe que pensem... função.
Há sinal de oxidação nesse cérebro-sentimento-coração. Nesse encargo que sucede, a insânia é a parça da brisa poética. Quem lê segura a mão de quem escreve, procede? O coração é do tamanho de um punho fechado para o alto.
Marah Mends

Boleltim Poesia é da hora com coletânea Suburbano Convicto


terça-feira, 11 de junho de 2019

No contorno da nossa boca - Marah Mends


Em cada conversa há o carregamento e o descarregamento de correntes teóricas de influências sociais. Monólogos, diálogos, triálogos, poliálogos, conversas tortas, boca, bico, contorno. Conversas de bar, conversas institucionalizadas, conversas condicionais, conversas de estímulo aversivo, conversas boca de lobo, conversas boca dura, conversas boca mole, conversas boca de fumo, conversas que só poeta entende, contorno, bocas, conversas transigentes. Existem abordagens comportamentais em todas elas, nas conversas. O enfrentamento entre as palavras persiste, elas disputam a atenção em difusão de ideias, sopros, onomatopeia.  Fragmentadas ou em sua totalidade as conversas revelam costumes bárbaros, estruturantes, apaixonantes, cômicos e ignorâncias biológicas complexificadas demais para pré-julgamentos simplistas, afinal, o vinco dos vínculos ainda está vivo e tenso dentro de nós desde as últimas gerações. A conversa direta ou indireta é quase uma coabitação em constante implementação, para não dizer desenvolvimentista.
Conversa vai, conversa vem... na analogia das palavras será que toda discussão vira debate no contorno dessas bocas?

Marah Mends  

Dia 16 de junho é dia de bolatim Poesia é da hora com Romeyka Pereira


terça-feira, 4 de junho de 2019

Boletim Poesia é da hora 09/06/19


Salve, salve.
Domigueira é dia de boletim Poesia é da hora na rádio Cantareira. E o programa Meu Caro Amigo vai nos presentear com as entrevistas ao vivo da poeta Ibu Helena e Escobar Franelas e o texto poético da coletânea: Asas Abertas - Penitenciária Feminina da Capital.
A Cantareira é um rádio da Brasilândia com mais de duas décadas de resistência e você pode fortalecer ao ouvir, divulgar e comartilhar a programação nas redes sociais.
Acessa lá:
http://radiocantareira.org
Ou mada um zap: 11 9 7337 0372
Até domingo
.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Um voto de ódio contra o mundo


Um voto de ódio contra o mundo

Foi um diálogo libertador aquele que decodificou o código escrito em versos. A poesia, ou a falta dela, apareceu no abrir e fechar das pálpebras, sem necessidades investigativas ou provações. Ela simplesmente fluiu e se flexionou em seu entorno. A linguagem é ligada a um tempo e modifica disposições, recria potencialidades, alicerça, perturba e alivia: a poesia. Poesia também tem um diálogo libertador que reordena o ódio contra o mundo, atitudes mecanizadas e a síndrome da memória fraca, pra não dizer ingrata, de não lembrar de vez em sempre das raízes genealógicas que trouxeram até aqui. Isso é uma negociação de sentidos? Uma produção de sentidos? Poesia faz sentido?
É a contextualização padrão que não faz sentido em seu universo. É a poesia que num quarto de horas move pálpebras e infla por dentro.  Um quarto de horas foi o suficiente para não odiar tanto assim a natureza corpórea ou incorpórea no mundo. Mas ainda odeia.

Marah Mends

domingo, 2 de junho de 2019

Samba & Macarronada na Okupa Alcântara


Salve, salve.

Sexta-feira dia 14 vai rolar um samba com macarronada para 200 manxs no Espaço Tia Estela (Okupa Autônoma Alcântara Machado). O Espaço autônomo fica a 700 metros do metrô Brás, paralelo à rua Piratininga. Precisamos urgentemente de doações! Quem puder fortalecer, espalhar, contribuir segue lista com os itens mais necessários:
*Pratos e talheres descartáveis. 
*Refrigerante.
*Pratos e talheres descartáveis. 
*Macarrão. 
*Molho de tomate.
*Carne moída.
*Linguiça calabresa. 
*Queijo ralado. 
*Temperos em geral.

Quem puder levar as doações durante a semana só dar um salve e procurar por Rafael Cagi ou Baixinho.
No espaço também tem cachorrx e gatx, quem puder contribuir com aquela ração maneira, os bichinhos agradecem!
Endereço: Av. Alcântara Machado, 924.
Valeus! E na sexta venha sambar com a gente à partir das 18h.



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