Um voto de ódio contra o mundo
Foi um diálogo libertador aquele
que decodificou o código escrito em versos. A poesia, ou a falta dela, apareceu
no abrir e fechar das pálpebras, sem necessidades investigativas ou provações.
Ela simplesmente fluiu e se flexionou em seu entorno. A linguagem é ligada a um
tempo e modifica disposições, recria potencialidades, alicerça, perturba e
alivia: a poesia. Poesia também tem um diálogo libertador que reordena o ódio
contra o mundo, atitudes mecanizadas e a síndrome da memória fraca, pra não
dizer ingrata, de não lembrar de vez em sempre das raízes genealógicas que trouxeram
até aqui. Isso é uma negociação de sentidos? Uma produção de sentidos? Poesia
faz sentido?
É a contextualização padrão que não
faz sentido em seu universo. É a poesia que num quarto de horas move pálpebras e
infla por dentro. Um quarto de horas foi
o suficiente para não odiar tanto assim a natureza corpórea ou incorpórea no
mundo. Mas ainda odeia.
Marah Mends
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