quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Relações Arbitrárias - Marah Mends


Eu senti minhas tetas doloridas, um cansaço físico, mental e emocional da porra, enjoei, passei noites em claro, conversei sozinha, me irritei comigo mesma, me irritei com palpites, me irritei com perguntas, me irritei com as personagens, tomei cachaça pra aliviar as neuras, tomei cerveja pra agradar o paladar e meu humor oscilou muito pro bem e pro mal (ainda tá oscilante. É oscilante). 

Tá pensando que é boi parir um livro, fi? É um trabalho do cão! Mas apesar de todos esses sintomas e hematomas, também fiz carinho na barriga, amei, fiquei boba e conversamos noites inteiras. Cada livro escrito é como um filhx sim... que não tem gênero (grande bosta) e é solto aí no mundão pra comunicar algo. Relações Arbitrárias é meu quinto fióte... 

Durante o promíscuo processo de concepção, essx filhx também teve o carinho acolhedor de muitas mulheres que também passaram a mão na minha barriga. E aprendi com cada uma delas, com seus dizeres, escritos, atitudes, lutas, pontos de vista, artes... só agradece essas  aliadas que estiveram comigo:

Kelly Nascimento: Fotografia.
Caróu Oliveira: Correção ortográfica.
Isabelle Miotto: Ilustração de capa
BrisaFlow: Texto de contracapa
Inês Santos & Va Cartonera (pelo acolhimento, vinhos, brejas, oficinas e conspirações. Vou falar de vocês depois...)

Apresento-lhes então o livro... Relações Arbitrárias, prosa de ficção, 178 páginas, Edições é da hora, um selo independente e clandestino, do jeito que a gente gosta! Já aceito convites pra lançar nos saraus de vocês a partir do mês que vem... (Ainda tô em trabalho de parto...)

Será lançado oficialmente em setembro (data a definir), na quebrada mais chavosa de Arujá, Parque Rodrigo Barreto. A mesma quebra das esquinas dos pancadão, das motos empinando, da polícia descendo o cacete em jogador de time de várzea, dos pipoco na madruga, do olho por olho e dente por dente, da pizza de 10 conto, do vapor barato, dos amigos de infância presos ou assassinados, das minas que engravidaram aos 13 e de uma geração que lia bem sussa Eu, Christine F, 13 anos Drogada e Prostituída. A mesma quebra que cresci, me desenvolvi, aprendi a respeitar e ser respeitada, aprendi a defender e me defender, correr por mim e pelos meus e pelos nossos. Essa mesma quebra de gente de luta, filhxs da luta e que vou apresentar meu quinto filho pra ela... Claro que vai ser bonita essa festa, carai! 
Em breve, maiores detalhes...

Contracapa: Brisa De La Cordillera

Keyah, uma médica luandense, de passagem pela cidade de Arujá, começa se relacionar com Esdras, filho de um cartunista famoso. Mulheres começam ser encontradas mortas com marcas e sinais em seus corpos. Keyah conta com a sororidade de sua amiga Mafuane, que começa a ficar preocupada se sua parceira se tornará a próxima vítima. Surpresas tensões fazem duas mulheres negras se unirem para salvar suas vidas e desvendarem os assassinatos. Uma história fictícia com altas doses de realidade e ao mesmo tempo inspiradora sobre narrativas de  sobrevivências em um país  com inúmeros casos de feminicídios.

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