Disfuncional
Há uma rachadura a perambular pelo instante. Racha dura e perceptível, vês? Mesmo estreita existe uma grande possibilidade de adentrá-la, mas adentrar para que, mesmo? Se esconder? Preencher?
Fez calor no inverno e o verão, cretino, para mostrar que tem empatia esturricou os corpos, estrangulou as ideias e vomitou as vísceras de tão frio! Um frio queimante, um calor esfriante e dos olhos para dentro essa rachadura dura, dura, dura.
Às vezes é preciso esvaziar o pensamento da mesma forma que esvaziamos as latas de lixo cheias de feiura de nossos iguais. É possível reciclar acúmulo de lixo mental?
Escrever sobre algo disfuncional é tão normal como tomar café com manga, comer bolo de cerveja servido com café ou qualquer outra “estranheza” tipificada por você, sempre “atento” ao passo alheio, mas nunca encontrou a figurinha faltante para completar seu álbum.
O que perambula o instante pode rachar e rachando se despedaça. Despedaçado vira só um monte de grão e pó que a gente pisa, chuta e nos faz espirrar.
Olhe para o céu, hoje é noite de lua cheia.
Marah Mends
Nenhum comentário:
Postar um comentário