Hoje fez uma semana que meu pai passou desse plano pra outro plano, que talvez, seja melhor que esse em que estamos (não é muito dificil imaginar um plano melhor do que o que nos foi ofertado). Lá ele deve ter encontrado a mãe Francisca, o pai Antônio, o irmão Zé Preto e o primo Vicente, cearenses como ele. Seu Silvio deve ter bodejado pacas, pigarreado mais do que o normal e resmungado horrores porque este era o seu jeito de tratar com a vida.
- Droga dos caniços! Que porcaria é essa, que droga de lugar é esse? Cadê minha véia? Cadê minha preta? Cadê meus fí? Cadê a Belezinha? (A cachorra). Pô... não tem nem tv nesse lugar!
Já posso imaginar ele causando horrores lá na outra dimensão. Energias, tenham paciência com o veím, por gentileza. É espírito irriquieto, sempre foi antes mesmo de ser meu pai.
Seu Silvio tinha 74 anos, passou por todo um processo de câncer no estômago e seus cabelos não caíram, mesmo com a quimioterapia e a radioterapia. É incrível como cabelos tão finos possam ser tão resistentes. Cearense sangue quente, daqueles que sempre andam com uma "pexeira" do ladinho da calça e dormia com outra debaixo do travesseiro, porque dizia que era para não ter pesadelo. Roncava que nem trator, assim como minha mãe. Eles se entendiam na sinfonia dos roncos, aff... o amor é lindo! Ela perdeu um parceiro de mais de 43 anos juntos, tristezas e alegrias, óbvio, e ela tá bem triste ainda.
Mas a vida tem que seguir, né?
Vai vida... Segue!
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