Coletivo Poesia é da hora

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2025

domingo, 17 de março de 2019

SETE DIAS


Hoje fez uma semana que meu pai passou desse plano pra outro plano, que talvez, seja melhor que esse em que estamos (não é muito dificil imaginar um plano melhor do que o que nos foi ofertado). Lá ele deve ter encontrado a mãe Francisca, o pai Antônio, o irmão Zé Preto e o primo Vicente, cearenses como ele. Seu Silvio deve ter bodejado pacas, pigarreado mais do que o normal e resmungado horrores porque este era o seu jeito de tratar com a vida.

- Droga dos caniços! Que porcaria é essa, que droga de lugar é esse? Cadê minha véia? Cadê minha preta? Cadê meus fí? Cadê a Belezinha? (A cachorra). Pô... não tem nem tv nesse lugar!

Já posso imaginar ele causando horrores lá na outra dimensão. Energias, tenham paciência com o veím, por gentileza. É espírito irriquieto, sempre foi antes mesmo de ser meu pai.

Seu Silvio tinha 74 anos, passou por todo um processo de câncer no estômago e seus cabelos não caíram, mesmo com a quimioterapia e a radioterapia. É incrível como cabelos tão finos possam ser tão resistentes. Cearense sangue quente, daqueles que sempre andam com uma "pexeira" do ladinho da calça e dormia com outra debaixo do travesseiro, porque dizia que era para não ter pesadelo. Roncava que nem trator, assim como minha mãe. Eles se entendiam na sinfonia dos roncos, aff... o amor é lindo! Ela perdeu um parceiro de mais de 43 anos juntos, tristezas e alegrias, óbvio, e ela tá bem triste ainda. 
Mas a vida tem que seguir, né?
Vai vida... Segue!


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