O pó que atiça a rinite.
Em 1998, em uma viagem para BH, você me trouxe um cartão-postal do Mineirão. Já pensou que louco seria
se a gente tivesse assistido um jogo lá e blábláblá? Talvez do seu time, talvez do meu, provavelmente do meu,
cê sabe. Pra você é mais fácil ser menos orgulhosa do que eu, então... (trago notícias do futuro: me melhorei
um pouquinho, tá?). Mas aí... ano vai, ano vem, título vem, título não vem (meu time) e, aquele fervor pelo o
futebol esfriou.
Em março de 2001, você me escreveu uma carta que começou assim: “Quem diria que chegaríamos até aqui, né?
”. E, pensando mais visceralmente sobre isso, quem diria mesmo! In memoriam: Lucílio, Zoio, Perna, Ball e tantos
outrxs que de alguma forma, fizeram parte da nossa infância e adolescência e que... deixaram as suas lascas nas
quinas de bate-testas da quebrada. E a gente... “Quem diria que chegaríamos até aqui, né?”
Em janeiro de 2005, eu madrinha, e você vestida de rosa e sandália branca. Dona Conceição de camisa azul e
calça preta. Seu Bauru... não sei se era branco ou cinza o que vestia, às vezes me confundo com as cores na vida.
Em novembro de 2006, você entregou um convite amarelo na casa da dona Maria. Era o chá de bebê do Vitão e
estava escrito assim: “01 Pagãozinho”. Mas que raios é pagãozinho?
Em 2007, você me mandou um e-mail, comentando sobre meus escritos. Você foi a primeira pessoa, depois de
mim, a acreditar nesse lance de escrever e publicar. No mesmo e-mail, me perguntou sobre as peculiaridades
da faculdade e, a vontade em cursar Pedagogia um dia. Na reciprocidade, trocamos...
Foram décadas tretando e fazendo as pazes. Na nossa amizade, coube mais de mil e uma situações fugazes e
duráveis, capazes de nos arrancar até hoje, o choro e o riso (mais riso que choro). Ainda nos cabe tantas
memórias e melhorias, que bom! E você, ora veja, escolheu o caminho do Senhor e eu, o caminho das brejas,
afinal: “Bem-aventurados os que chapam, pois veem o Senhor duas vezes” (é... eu sei que você não gostou
dessa piada). Mas é o que tenho pra hoje revirando o pó que atiça a rinite.
Marah Mends
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