Já
começou amanhã.
Há tumultos internos em
seus gestos. E intervalos meticulosamente cronometrados dentro dessa
universalidade que liga o que foi e o que é. Sigo observando as cores das linhas curvas, quase
que num sorvo; evitando palavras que só latem, mas não mordem, uma autodefesa,
talvez.
Em casa de poeta não
falta papel, mas cadê o raio da caneta para descrever essa apreciação aparentemente
insignificante, cadê? Como acondicionar na memória se nem me lembro como
cheguei nisso? Em passos vacilantes, naturalmente. Balbuciando incoerências
expelidas por pensamentos que atropelam a fala, provavelmente.
De uma extremidade a outra
do universo, dá pra ouvir uma voz que não soa, ecoa como um coice de soslaio em
estado de suspensão. Há combate e
ternura numa só voz, num só coice, tudo junto e misturado, lado a lado, sem sequer
estar.
Nem tudo que intriga,
instiga. Às vezes é só autonomia fonética, alimentado folha pálida nesse dia
que começou amanhã. E vai ultimar ontem.
Marah Mends.
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