MULTIDIMENSIONALIDADE.
Adentrou na mata à procura de um lugar ameno para descarregar seus insossegos. Por um momento, não queria ouvir os ruídos do mundo de concreto queria desapego. No contraste da sua boca, a posteridade sussurrou o que o processo de observação absorveu dos sentimentos de concreto. Ultimamente, para não dizer todos os dias, sentia vontade de enfiar as “pessoas-sentimentos” de concreto num galão de cerveja quente e disseca-las só com a força do pensamento. Bando de sanguessuga! Os suplícios não cessam, pelo contrário, seguem apopléticos. Assustou-se com o que pensou: estou no meu limite? Por isso, adentrou na mata, para ver se, de alguma maneira, a força da natureza dava um “vade retro” e engolia de uma vez por todas essas energias receptadas no caminho dos ossos do ofício. A natureza contempla um corpo ambulante de órgãos diluídos. Memória, mente, emoção, carne, tecido... diluídos, diluídos, diluídos. Dói cabeça, dói consciência, dói costas, dói olhos, dói cada falange dos dedos, dói estômago, coração dói... DOI-CODI, mais um causador.
Adentrou na mata para aliviar-se, mas o acúmulo de décadas foi tanto que só pode cobrir-lhe de luto.
Marah Mends.
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