Mandacaru
Ficou igual a papel picado quando enlaçou-se ao Mandacaru. Mandacaru é gente, planta, bicho, espírito e todo espinho que nasce, cresce e se desenvolve no imaginário inventivo. Espinho também é autodefesa, nem sempre, contra-ataque.
Deu duas esquerdadas à direita e topou com a predestinação. Parecia exótica e romanceada essa caminhada, mas era apenas memorialista, quase quase dizimada.
Há solidão entre os solidários? E entre Mandacarus? E entre singularidades aparentemente alicerçadas? Há?
É experimental esse tateamento, assim como, tentar segurar o vento e torcer em vão para ele não escapulir entre os dedos. Sobrou o olhar de frustração. O olhar é tão sensorial... já viu almas só de olhar nos olhos. Quantos campos de complexidade as almas carregam e quantas correntes surrealistas a escorregar na pista lisa respingada de condão de sínteses?
Mandacaru é gente é planta é bicho é estado de espírito interpretável por gente simples, da roça, formadores de vínculos.
As estruturas coisificadas mandachuvas de vidas nunca serão Mandacaru! Por isso temem... querem tudo. A afetividade mútua carrega a chave de todos os risos e aprendizagens, mas as estruturas coisificantes vão dizer: afeto mútuo é indigesto, incerto, poético demais igual à erva daninha. Faz parte do projeto. Quem tem afeto mútuo escraviza?
Alteraram a arquitetura do mundo e o estado é irreversível. Nem mandachuvas nem Mandacarus, nada sobreviverá.
Marah Mends
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